Uva-Passa
As uvas secas sempre foram vistas como poderosas pelos homens. Suas propriedades, intuídas desde tempos pré-históricos, e provavelmente sua doçura e seu sabor, justificavam seu uso em cerimônias religiosas e na decoração de templos.
No século 4 a.C., a secagem das uvas já era feita no Norte da África - muitas vezes, enterrando-se as uvas nas areias do deserto.
O alimento encontrou campo fértil na região do Mediterrâneo, onde já havia uma tradição de cultivo de uvas e o costume de secar frutos ao sol. As passas foram incorporadas à alimentação local e, na época do Império Romano, que produzia e comercializava enormes quantidades da fruta seca, chegaram a uma espécie de apogeu.
Após a queda do Império Romano, as passas perderam o destaque na alimentação europeia, que só foi recuperado a partir do século 12, com as Cruzadas. Os cruzados, além de promoverem o intercâmbio entre a Europa e o Oriente - onde as frutas secas tinham papel essencial na alimentação, aprenderam a valorizar o alimento altamente energético, fácil de ser transportado e conservado.
N Inglaterra do século 14, as passas eram consideradas comida de luxo. Durante o reinado de Elizabeth I, eram usadas como moeda de troca. No século 18, tornaram-se um importante produto do "mercado triangular" entre Europa, África e Américas. No século 20, consolidadas como fonte durável de energia e nutrientes, as passam tiveram papel fundamental na alimentação dos soldados nos fronts. Nas duas Grandes Guerras Mundiais, eram consideradas como "alimento ideal" para os combatentes.
No século 21, as uvas estão na lista "The Perfect Snacks"(alimentos que oferecem energia e ajudam a suprir as necessidades nutricionais).
As uvas-passas são fonte de oligofrutossacarídeos com ação prebiótica, fibras insolúveis, boro e ricas em flavonoides e ácidos fenólicos. Os compostos fenólicos, encontrados também na uva in natura e no vinho, tem sido especialmente estudados por seu efeito na prevenção de doenças crônicas degenerativas e do envelhecimento. Em frutas secas, os valores de compostos fenólicos por porção são maiores do que nas frescas, uma vez que essas substâncias se concentram no processo de desidratação.
Os benefícios da uva-passa para a saúde óssea parecem estar associados à sua alta concentração de boro, elemento-traço essencial ao desenvolvimento de ossos e ligamentos.
O boro pode ter papel na prevenção ou diminuição da perda óssea na pós-menopausa. Um estudo sobre a suplementação em boro mostrou que, em doses equivalentes às obtidas em dietas ricas em frutas e vegetais, o aporte de boro reduziu a desmineralização dos ossos e a perda do cálcio.
Há também alguma evidência experimental da ação do boro no tratamento de sintomas da artrite. Em ratos com artrite induzida, a suplementação de boro lebou à menor formação de edemas e inflamação.
Câncer de Cólon
A uva-passa pode ter uma ação preventiva no câncer colorretal por sua quantidade de fibras em geral e, especialmente, por ser rica em oligofrutossacarídeos de ação prebiótica.
As fibras aceleram o trânsito intestinal, o que pode ajudar na eliminação de agentes carcinogênicos. Estudos in vitro com células cancerosas do cólon mostram que ácidos graxos produzidos pela fermentação das fibras no aparelho digestivo inibem a proliferação dessas células. Os prebióticos da uva-passa estão associados a esse processo. Essas substâncias se formam no processo de desidratação da uva, não sendo detectáveis nas uvas frescas.
A quantidade significativa de ácido tartárico da uva-passa também é benéfica ao cólon, a substância acelera o trânsito intestinal, fator associado à prevenção de câncer colorretal.
Doenças Cardiovasculares
A pontencial capacidade cardioprotetora da uva-passa está diretamente relacionada ao seu teor de fibras e de compostos fenólicos. Entre outros efeitos, as fibras diminuem a absorção de colesterol e influem na produção de ácidos graxos pela flora intestinal. Os polifenóis podem prevenir a aterosclerose por seu potencial antioxidante e por sua atividade anti-inflamatória.
Fonte: Revista Nestlé Bio - Nutrição e saúde/ ano 3 - número 10 - dezembro de 2010
A pontencial capacidade cardioprotetora da uva-passa está diretamente relacionada ao seu teor de fibras e de compostos fenólicos. Entre outros efeitos, as fibras diminuem a absorção de colesterol e influem na produção de ácidos graxos pela flora intestinal. Os polifenóis podem prevenir a aterosclerose por seu potencial antioxidante e por sua atividade anti-inflamatória.
Há estudos apontando o aumento da qualidade antioxidante dos compostos fenólicos durante o processo de desidratação de frutas, aumentando a capacidade de a uva-passa influir positivamente nos processo oxidativos que levam a doenças crônicas.
Um estudo recente mostrou que acrescentar uva-passa à dieta tem efeito positivo nos lípides sanguíneos, reduzindo os níveis de colesterol LDL e de substâncias inflamatórias. Esse e outros estudos também mostram que a uva-passa, assim como outras fontes de carboidratos ricas em fibras e fitoquímicos, não aumenta o nível de triglicérides no sangue, um dado importante na prevenção de doenças cardiovasculares.Fonte: Revista Nestlé Bio - Nutrição e saúde/ ano 3 - número 10 - dezembro de 2010
Nutricionista Responsável
Dra. Carolina Chuichmam
CRN3 27.155
Fonte: Em foco com a nutrição