Uva-Passa
As uvas secas sempre foram vistas como poderosas pelos homens. Suas propriedades, intuídas desde tempos pré-históricos, e provavelmente sua doçura e seu sabor, justificavam seu uso em cerimônias religiosas e na decoração de templos.
No século 4 a.C., a secagem das uvas já era feita no Norte da África - muitas vezes, enterrando-se as uvas nas areias do deserto.
O alimento encontrou campo fértil na região do Mediterrâneo, onde já havia uma tradição de cultivo de uvas e o costume de secar frutos ao sol. As passas foram incorporadas à alimentação local e, na época do Império Romano, que produzia e comercializava enormes quantidades da fruta seca, chegaram a uma espécie de apogeu.
Após a queda do Império Romano, as passas perderam o destaque na alimentação europeia, que só foi recuperado a partir do século 12, com as Cruzadas. Os cruzados, além de promoverem o intercâmbio entre a Europa e o Oriente - onde as frutas secas tinham papel essencial na alimentação, aprenderam a valorizar o alimento altamente energético, fácil de ser transportado e conservado.
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No século 21, as uvas estão na lista "The Perfect Snacks"(alimentos que oferecem energia e ajudam a suprir as necessidades nutricionais).
As uvas-passas são fonte de oligofrutossacarídeos com ação prebiótica, fibras insolúveis, boro e ricas em flavonoides e ácidos fenólicos. Os compostos fenólicos, encontrados também na uva in natura e no vinho, tem sido especialmente estudados por seu efeito na prevenção de doenças crônicas degenerativas e do envelhecimento. Em frutas secas, os valores de compostos fenólicos por porção são maiores do que nas frescas, uma vez que essas substâncias se concentram no processo de desidratação.
Os benefícios da uva-passa para a saúde óssea parecem estar associados à sua alta concentração de boro, elemento-traço essencial ao desenvolvimento de ossos e ligamentos.
O boro pode ter papel na prevenção ou diminuição da perda óssea na pós-menopausa. Um estudo sobre a suplementação em boro mostrou que, em doses equivalentes às obtidas em dietas ricas em frutas e vegetais, o aporte de boro reduziu a desmineralização dos ossos e a perda do cálcio.
Há também alguma evidência experimental da ação do boro no tratamento de sintomas da artrite. Em ratos com artrite induzida, a suplementação de boro lebou à menor formação de edemas e inflamação.
Câncer de Cólon
A uva-passa pode ter uma ação preventiva no câncer colorretal por sua quantidade de fibras em geral e, especialmente, por ser rica em oligofrutossacarídeos de ação prebiótica.
As fibras aceleram o trânsito intestinal, o que pode ajudar na eliminação de agentes carcinogênicos. Estudos in vitro com células cancerosas do cólon mostram que ácidos graxos produzidos pela fermentação das fibras no aparelho digestivo inibem a proliferação dessas células. Os prebióticos da uva-passa estão associados a esse processo. Essas substâncias se formam no processo de desidratação da uva, não sendo detectáveis nas uvas frescas.
A quantidade significativa de ácido tartárico da uva-passa também é benéfica ao cólon, a substância acelera o trânsito intestinal, fator associado à prevenção de câncer colorretal.
Doenças Cardiovasculares
A pontencial capacidade cardioprotetora da uva-passa está diretamente relacionada ao seu teor de fibras e de compostos fenólicos. Entre outros efeitos, as fibras diminuem a absorção de colesterol e influem na produção de ácidos graxos pela flora intestinal. Os polifenóis podem prevenir a aterosclerose por seu potencial antioxidante e por sua atividade anti-inflamatória.
Há estudos apontando o aumento da qualidade antioxidante dos compostos fenólicos durante o processo de desidratação de frutas, aumentando a capacidade de a uva-passa influir positivamente nos processo oxidativos que levam a doenças crônicas.Um estudo recente mostrou que acrescentar uva-passa à dieta tem efeito positivo nos lípides sanguíneos, reduzindo os níveis de colesterol LDL e de substâncias inflamatórias. Esse e outros estudos também mostram que a uva-passa, assim como outras fontes de carboidratos ricas em fibras e fitoquímicos, não aumenta o nível de triglicérides no sangue, um dado importante na prevenção de doenças cardiovasculares.
Fonte: Revista Nestlé Bio - Nutrição e saúde/ ano 3 - número 10 - dezembro de 2010
A pontencial capacidade cardioprotetora da uva-passa está diretamente relacionada ao seu teor de fibras e de compostos fenólicos. Entre outros efeitos, as fibras diminuem a absorção de colesterol e influem na produção de ácidos graxos pela flora intestinal. Os polifenóis podem prevenir a aterosclerose por seu potencial antioxidante e por sua atividade anti-inflamatória.
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Fonte: Revista Nestlé Bio - Nutrição e saúde/ ano 3 - número 10 - dezembro de 2010
Nutricionista Responsável
Dra. Carolina Chuichmam
CRN3 27.155
Fonte: Em foco com a nutrição