"Depois de um tempo de intensa solteirice cheguei a triste conclusão de que somos nós, os homens, que transformamos as mulheres em fugazes.
Tudo bem. Eu explico!
Todos nós queremos mulheres legais, sexy, bonitas, inteligentes e boas meninas... E quando aparece uma assim, de bandeja, a primeira coisa que a gente pensa é: “Oba, me dei bem! Essa é a mulher que vai construir comigo, que vai ser a mãe dos meu filhos e a mulher que a minha mãe gostaria de ter como nora.”
Daí a gente sai com ela uma vez, duas vezes, várias vezes, ..., a relação fica estável, ..., começamos a encontrá-la depois da faculdade ou do trabalho, ..., vamos ao cinema ou a um barzinho legal, ..., convivemos em família e com amigos, ...., curtimos jantar fora, ..., o sexo rola sempre que dá, ...., tudo legal, até virar uma rotina sem graça!
Daí a gente começa a olhar os caras bem humorados indo a caça, arrasar com a mulherada, e morre de inveja deles, ..., sente falta de dar aquelas cantadas infalíveis, ..., quer reviver aquela olhada quente pra uma gata, ..., quer ter o prazer da conquista e da novidade outra vez!
Daí a gente começa a pensar que não está pronto para se enclausurar nesse namoro, e a mulher “tudo de bom” se transforma numa chata, de quem começamos a sentir aversão quando o nome dela aparece no celular, ou quando nos propõe algum programa outrora legal, ou quando forçamos um tesão quando ela quer transar.
E aquela promessa de vida estável não tem mais razão de ser e, antes mesmo que ela se dê conta, a gente começa a ser indiferente, mentiroso e egoísta, fazendo com que a pobre coitada se questione o que há de errado com ela e o que fez de errado para não merecer nosso amor.
Ela não fez nada! A culpa é nossa mesmo! Queremos voltar ao mercado e ela está atrapalhando!
E tudo que pensamos é em voltar á nossa vidinha de antes, não vendo a hora de sair e arrasar novamente com a mulherada, né?!
Grande ilusão!!!
No início curtimos muito, nos sentimos o macho-alfa outra vez, ..., até que um dia chegamos em casa depois da “caçada”, sozinho ou mesmo acompanhado, e ficamos tentando descobrir porque não estamos satisfeitos.
Pode ser porque uma mulher linda, gostosa e misteriosa que com quem saímos nem sequer esboçou interesse genuíno em nós. Não que quiséssemos algo sério com ela ou com qualquer outra, mas ser tratado assim, sem o menor cuidado ou interesse por parte dela, nos deu uma certa frustração.
E por mais que não queiramos, acabamos pensando naquela mulher legal, de procedência, para quem dissemos que envelheceríamos felizes ao lado, mas a quem deixamos pra trás, alegando desgaste na relação e necessidade de espaço e liberdade...
Pois é... E enquanto isso, ela, chateada e se sentindo traída, custa a entender os nossos porquês, ..., e a dúvida vira angústia, ..., e a angústia vira raiva, ..., e a raiva precisa ser revidada, dando uma injeção de auto-estima em seu ego fragilizado.
Isso faz com que a doce mulher mande tudo a p#@$, por achar que amor verdadeiro não existe, e molde sua nova vida e atitudes baseada na imagem daquela descompromissada que atrai facilmente os homens (como atraia a mim); ela resolve não se envolver mais, pra não se machucar, ser traída e depois chutada novamente; deletando os seus sonhos de família, filhos e tal pra sempre.
E assim como o tempo passa para ela, passa para nós também... Até que um dia encontramos com essa mulher fantástica e algo nos causa nostalgia e arrependimento...
Esse texto me fez lembrar de uma música da Alanis para as mulheres sonhadoras, como eu, que postei no blog em novembro de 2009:
Metade - Oswaldo Montenegro